Quatro anos de ministério sacerdotal
Hoje recordo com saudades de uma
tarde de sábado, no dia 18 de setembro de 2010. A Igreja repletas de pessoas
que olhavam atentas cada gesto que este filho da querida terra de Santo Antônio
do Sudoeste fazia. Eu procurava cumprimentar todos com o olhar, com o sorriso,
com o levantar da sobrancelha. Era a minha ordenação sacerdotal. Não me cabia
de alegria, de expectativas, de medo, de prazer.
Hoje, quarta-feira, 18 de
setembro de 2014, procuro observar qual é o meu sentimento.
Primeiro me sinto incomodado com
uma coisa: Por que quero continuar padre? Tentei me desvencilhar deste
questionamento, mas ele não quis se desvencilhar de mim. Esta pergunta vem
emaranhada com angústias e com sonhos.
“Pela longa estrada eu vou,
estrada eu sou”. Estrada para quem?
Mas, voltando ao dia de minha
ordenação, recordo que no final da missa, no momento dos agradecimentos, me
comprometi a lutar pela juventude e pelos pobres. Era um desejo verdadeiro. Desenvolver
o meu ministério com os preferidos de Deus.
Hoje trabalho “com” e “pela”
juventude. Mas estou muito aquém do que me propunha. Penso que trabalhar com
ela não é apenas elaborar projetos e realizar encontros. Mas encantá-la a algo
que produza vida, principalmente onde a vida esteja ameaçada. É fazer com que a
juventude não perca a fé, “nem a inteligência metafísica, para fixar-se apenas na
física das coisas”. Essa luta com os jovens me encanta, me faz sentir padre, me
ajuda a rezar.
Em relação aos pobres, me sinto
fazendo “nada”. Parece que deixo sempre para amanhã. Isso soa como se não fosse
prioridade. Sei que minha fé em Cristo é fortalecida por me sentir seguidor de
quem Se fez pobre e sempre Se aproximou dos pobres e marginalizados. Isso me
compromete.
Mas é um dia em que estou com
minha família religiosa. Estamos em pleno Congresso Missionário Estigmatino. 80
confrades buscando caminhos para atingir a todos, especialmente os pobres. Fazer
este exercício da busca e construção de caminhos missionários motiva a
celebração destes 4 anos de ministério.
Sinto, também, uma alegria que me
inquieta, que traz vontade de sair ao encontro de quem é tão “valor” e tão “desvalorizado”
por estar na rua, por sofrer com este mundo capitalista que valoriza apenas
quem “produz”.
Peço a Deus que ilumine meu
caminho e me ajude levar Seu sorriso aos sedentos de presença, de companhia, de
vida e de alegria. E que meu sacerdócio recorde sempre “a alegria do momento no
qual Jesus olhou para mim.”
Como sempre:Palavras abençoadas!Lindo relato..
ResponderExcluirDayara Rodrigues
Os jovens precisam de VC.
ResponderExcluirMelhor padre, despertou em mim a vontade e a alegria de ser sempre jovem.
ResponderExcluirVocê padre é e sempre será abençoado por Deus... abraço
ResponderExcluirPadre querido, Deus o abençoe!!!
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