Na tarde de
9 de Outubro de 1777, a cem metros da paróquia de S. Paulo in Campo Marzo, em
Verona, às dezesseis horas em ponto, na Rua de Soto (hoje rua Nicola Mazza), a
senhora Bertoni dava à luz um menino que se tornaria importante para a cidade
de Verona.
Ninguém
então o teria imaginado, embora muitos dos parentes o pressentissem, porque
estava sendo esperado com paciência.
Mamãe
Brunora já havia decidido que, se fosse menino, seu nome seria Gaspar. Entre os
antepassados, outros com o mesmo nome haviam se distinguido pelo talento e
capacidade de administrar o notável patrimônio Bertoni. O último havia sido o
avô do nosso Gaspar.
Embora
Gaspar Bertoni tenha nascido há mais de dois séculos atrás, ele pensava e agia
como uma pessoa de hoje. Basicamente, desde o princípio de sua vida, ele sabia
para onde ia e tinha certeza de chegar lá. Gaspar era tanto um homem de seu
tempo como à frente de seu tempo. É dito que, quando ele entrava em uma
sala ou caminhava por uma rua cheia de gente, o povo o notava imediatamente.
Eles ficavam instantaneamente cientes de sua presença. No entanto, não havia
nada de espetacular em sua figura ou de extraordinário em sua face. Ele foi, na
verdade, um tanto frágil e de aparência mediana. Assim, não era alguma coisa a
respeito de sua aparência física que atraía a atenção. Até onde podemos
presumir, era uma bondade interna que alcançava e tocava o povo.
Gaspar
definiu o seu ideal ainda muito jovem. Quase tão cedo quanto estava capacitado
a pensar, ele soube que iria ser padre. Sua vocação foi tal que nunca lhe
suscitou dúvidas, que ele abraçou e foi determinado a levar em frente em um
modo que faria o melhor para o maior número de pessoas. Para realizar isto, Pe.
Bertoni desenvolveu uma rigorosa disciplina e ordem dentro de si mesmo que
perdurou e lhe valeu por toda a sua vida. Não havia espaço para
auto-questionamento, indecisão ou desencorajamento em sua vida diária.
Cedo em seu
ministério, ele fundou uma escola em que procurou fornecer educação da mais
alta qualidade, quando a educação para o povo era quase inexistente. Novamente,
apesar de sua profunda preocupação pelas necessidades dos outros, ele edificou
uma instrução que foi um dos primeiros modelos de excelência escolástica. Por
não comprometer seus ideais, por não contentar-se em simplesmente
encontrar exigências civís e por ir além do que era necessário, Gaspar Bertoni
foi capaz de dar aos jovens uma fundamentação em que ele edifica vidas cheias
de sentido.
Mas o
principal e determinante sonho de toda a vida de Pe. Bertoni era a formação de
uma congregação seleta, tendo sua própria muito especial missão. O grupo, bem
ao modo de uma moderna força-tarefa, seria destinado à fonte das necessidades
diocesanas; corrigir a situação e depois ir à frente. Foi um sonho que sua
incansável determinação fez tornar-se realidade. Os bispos, que estavam tendo
dificultdades dentro de suas dioceses, vieram a conhecer e depender desta nova
forma de ajuda. Por causa deste conceito ser muito à frente de seu tempo, havia
muitos que duvidavam de seu valor. Mas oposição foi alguma coisa que Gaspar
Bertoni dominou muito bem. Ele enfrentou isso com sua propria auto-confiança.
Ele estava convencido de que sua congregação iria surtir efeito; e ele fez com
que isso acontecesse.
Possivelmente
o dia mais feliz de sua vida foi o dia 4 de novembro de 1816. Neste dia, Pe.
Bertoni formou o núcleo de sua congregação. Mais tarde, esses homens foram popularmente
chamados de Estigmatinos. A partir deste pequeno e inicial grupo de padres e
irmãos cuidadosamente escolhidos, a comunidade se desenvolveu e se espalhou por
todas as partes do mundo.
Ao
contrário da maior parte das pessoas, Gaspar Bertoni esteve disposto a
atingir um ideal. Ele arriscou investir nas chances oferecidas pelo seu tempo e
lugar. E, através de auto-disciplina, educação, perseverança e fé, ele
dispôs-se a dissipar completamente as forças de indiferença e dúvida. Por
aproveitar estas chances, ele inspirou uma comunidade fundamentada em sua
própria constituição, cujo trabalho para a glória de Deus e o bem de todo o Seu
povo continua nos dias de hoje.
Fontes: Um santo para nosso tempo - Pe. Lidio Zaupa, Css
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